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Albatroz Wisdom retorna ao Atol de Midway para mais uma temporada reprodutiva – EcoVozes
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Albatroz Wisdom retorna ao Atol de Midway para mais uma temporada reprodutiva

Considerada a ave mais longeva do mundo, aos 70 anos, a albatroz-de-laysan reencontrou seu parceiro em novembro e já cuida de seu novo ovo

Do inglês, o nome de Wisdom significa ‘sabedoria’. Talvez este seja o segredo da longevidade da Albatroz-de-laysan (Phoebastria immutabilis) que de tempos em tempos retorna ao Atol de Midway, localizado no Monumento Nacional Marinho Papahanaumokuakea, no Oceano Pacífico, para dar continuidade a sua espécie. Este mês, após mais de dois anos em alto-mar, ela colocou mais um ovo em seu ninho com o parceiro Akeakamai – que, do idioma havaiano, quer dizer ‘apaixonado pelo conhecimento’.

Os albatrozes são aves com comportamento monogâmico, ou seja, apesar de ficarem meses separadas sobrevoando milhares de quilômetros em busca de alimento, retornam ao ninhal a cada um ou dois anos, variando conforme a espécie, em busca do mesmo parceiro.

Os albatrozes-de-laysan, por exemplo, colocam um único ovo por vez, e se revezam por 130 dias entre a incubação do ovo e as longas viagens ao mar para se alimentar.

Cada filhote, quando alcança a maturidade sexual, por volta dos oito anos, também retorna à ilha e constrói seu ninho próximo de onde nasceu.

Segundo pesquisadores que acompanham a trajetória de Wisdom, a estimativa é que ela tenha botado entre 30 e 36 ovos durante a vida. E, seguindo o padrão de reprodução dessas aves, é provável que hoje o ninho do casal de albatrozes esteja cercado por seus próprios filhos.

Sabedoria

O nome de Wisdom faz justiça à sua longevidade tranquila no oceano, que ano após ano traz novas ameaças à sobrevivência dos albatrozes e petréis – principalmente a poluição por plástico e outros dejetos que põem em xeque as futuras linhagens da espécie.

Wisdom foi identificada pela primeira vez e anilhada por pesquisadores em 1956, quando acreditava-se que ela já tinha pelo menos cinco anos de idade. Desde então, sua presença no atol é frequente, e seus ovos, bem sucedidos.

O mais longevo albatroz identificado até hoje é uma inspiração para biólogos de todo o mundo. Isto porque, apesar dos desafios da conservação da espécie e ameaças como o risco de captura incidental pelos barcos de pesca, a introdução de roedores que se alimentam dos ovos e filhotes nas ilhas em que se reproduzem, a poluição marinha e a escassez de peixes em algumas regiões, Wisdom tem conseguido sobreviver graças à sua experiência no habitat onde vive.

De acordo com o Dr. Dimas Gianuca, coordenador científico do Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras, os albatrozes-de-laysan são uma das espécies mais impactadas pelo lixo marinho ao redor do mundo. “Por este motivo, é tão importante realizar ações de pesquisa e educação ambiental, bem como investir em mecanismos que assegurem a utilização das medidas mitigadoras da captura incidental na pesca e do descarte de lixo no mar”.

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Projeto Albatroz

O Projeto Albatroz, fundado pela bióloga Tatiana Neves, nasceu em Santos, em 1990, com o objetivo de desenvolver medidas mitigadoras para a preservação e conservação de aves marinhas capturadas acidentalmente pela pesca de espinhéis. A principal linha de ação é o desenvolvimento de pesquisas para subsidiar políticas públicas e a promoção de ações de educação ambiental junto aos pescadores e às escolas. Esta missão é cumprida com ampla participação em políticas públicas nacionais, internacionais e criação de medidas de conservação dessas aves, além de educação ambiental marinha com pescadores, primeira infância, jovens e o público em geral.

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