O dia começa com a colheita das folhas de bananeiras em uma rua perto da casa de Yasmim Souza, de 26 anos, no bairro Jardim Progresso, em Guarujá. O pequeno bananal surgiu em uma área que antes era usada para descarte de lixo.  Após a colheita, o processo para transformar a folha da bananeira em um canudo biodegradável começa.

Filha de agricultores de Roraima, Yasmim já estava familiarizada com as inúmeras possibilidades que diferentes frutos poderiam fornecer.

Menos impacto ambiental

Recém-formada no curso técnico de Química, a aluna da Escola Municipal (EM) Primeiro de Maio, de Vicente de Carvalho, teve a ideia de criar os produtos biodegradáveis para que o lixo tivesse um impacto menos negativo ao ser descartado, após participar de um projeto da escola, chamado Expo Ambiental. Para viabilizar o projeto, Yasmim começou a estudar sobre os bioplásticos e o que já estava disponível no mercado.

Os objetos são produzidos em casa com especiarias acessíveis e leva cerca de 4 horas para a secagem completa até ser desenformado para o uso. “O canudo é feito de um polímero da banana, misturado com muitos ingredientes. A fórmula já foi refeita 6 vezes para chegar na que eu tenho hoje, que é um canudo que fica no formato certo e tem resistência a água”, conta a estudante.

Durante o desenvolvimento, foi sancionada a lei que proibia o uso de canudos plásticos na região. Por isso, a jovem percebeu ainda mais a necessidade de um canudo que não degradasse o meio ambiente.

Agora, o projeto está caminhando aos poucos. Em 2019, Yasmim fez um bingo solidário como forma de arrecadar custos para pagar o valor da patente do produto. Mas por conta da pandemia, o processo teve que ser adiado.

[su_quote cite=”Yasmim Souza”]Eu faço do lixo algo economicamente sustentável, que quando descartado também traz benefícios ao meio ambiente[/su_quote]

Variedade de produtos

Além do canudo, a estudante também faz bandejas biodegradáveis, papeis para impressão, formas de docinhos e até uma caixa térmica feita de fibra de buriti. O buriti usado para a produção vem de Roraima, pois na Baixada Santista é mais difícil de encontrar.

Comer ou descartar? Eis a questão!

Os canudos biodegradáveis podem ficar até 40 minutos imersos em água, suco ou refrigerante sem sofrer alteração. Após o canudo ser utilizado, a pessoa pode comê-lo ou descartá-lo no solo. O material será decomposto em até 15 dias e por ter compostos fungicidas e antibacterianos, o solo em que é descartado fica até mais fértil, segundo Yasmim.

A bandeja também pode virar adubo orgânico. Além disso, o objeto pode sofrer um reprocessamento, caso a pessoa não queira descartar de nenhuma forma.

Já as caixas térmicas produzidas com buriti levam 60 dias para se decompor após o descarte.

No futuro, Yasmin espera que o projeto consiga ser oficializado e vire uma empresa, a FiberInovation “Eu faço do lixo algo economicamente sustentável, que quando descartado também traz benefícios ao meio ambiente”, conclui Yasmim.

Como o canudo se desenvolveu através da História: