De janeiro até a primeira semana de dezembro, o Instituto Gremar, em Guarujá, registrou o óbito de 138 animais (aves, mamíferos e tartarugas) por interação com petrechos de pesca nas praias do município e também nas cidades de Santos, São Vicente e Bertioga, conforme dados do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

Destes, 76 foram de avaliações realizadas em monitoramento de campo – animais já encontrados mortos e/ou com avançado estado de decomposição – e 62 foram de necropsias feitas no Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos, resultantes de casos de óbito recém-ocorridos em campo ou logo após o resgate.

Os casos mais recentes foram o óbito de um biguá (Nannopterum brasilianus), que chegou a regurgitar o petrecho de pesca no último dia 21 de outubro e um gaivotão (Larus dominicanus) que também não resistiu ao ingerir um anzol. A ave havia sido resgatada no dia 28 de outubro após acionamento feito por um munícipe na Praia do Perequê, em Guarujá.

Os animais marinhos são vulneráveis à mortalidade por petrechos de pesca em diversas situações, como por exemplo o curto período entre o anzol deixar o barco e afundar, além da profundidade de mergulho e durante a alimentação. Eles também podem ser fisgados e potencialmente feridos durante o recolhimento da linha, além do fato de iscas e petrechos descartados incorretamente também atraírem o animal, gerando uma interação prejudicial.

Trabalhar pela conscientização da comunidade pesqueira através da educação ambiental e por uma fiscalização mais efetiva para inibir o descarte irregular dos petrechos de pesca estão entre nossas premissas de atuação.